4 de jun. de 2013

Jeffrey Dahmer: O Canibal de Milwaukee (Pt.3)

Letreiro dos Apartamentos Oxford.

Jeffrey Dahmer estava sozinho. Pela segunda vez, Dahmer estava completamente só. Mas, ao contrário da primeira vez, agora a solidão representava algo “positivo” para ele. Ele poderia por em prática suas fantasias mais macabras, sem precisar se esconder. Jeffrey tinha todos os requisitos para fazer mais uma vítima.


 Jeffrey convidou um homem (não identificado) para passar a noite com ele. O indivíduo percebeu as verdadeiras intenções de Jeffrey e, quando lhe foi oferecido café, ele trocou as xícaras sem que Dahmer percebesse. Jeffrey bebeu o café com sonífero enquanto o jovem tomou o café comum. Jeffrey Dahmer dormiu e o rapaz foi embora levando com ele 300 dólares. Jeffrey Dahmer, obviamente, não relatou o fato à polícia.

Raymond Lamont Smith.

Em 20 de maio de 1990, no Club 219, Jeffrey Dahmer conheceu Raymond Lamont Smith, um homem negro de 33 anos de idade. Jeffrey convidou Raymond para esticar a noite em seu apartamento para tomar bebidas e assistir vídeos, Para isso, Jeffrey Dahmer pagou a Raymond 50 dólares. Quando os dois chegaram ao apartamento, por volta das 3:00hs da madrugada, Raymond disse que por 50 dólares ele não ficaria por muito tempo, pedindo a Jeffrey mais dinheiro. Jeffrey foi até a cozinha, onde misturou comprimidos para dormir na bebida de Raymond. Meia hora depois, o rapaz adormeceu e Jeffrey o estrangulou. Depois retirou suas roupas e viu que o rapaz tinha uma tatuagem no peito: Cash D. Cash D. era o nome de guerra de Raymond, que era garoto de programa. Essa seria a primeira vez que Jeffrey tiraria fotografias do cadáver de sua vítima. Raymond foi fotografado em várias posições após sua morte. Jeffrey desmembrou o corpo, ferveu a cabeça de Raymond pra desprender a carne e a pele e pintou seu crânio de cinza, guardando-o como troféu.


Raymond Smith, primeira vítima de Jeffrey Dahmer nos Apartamentos Oxford. Raymond abriria a série de brutais e bizarros assassinatos protagonizados por Jeffrey enquanto ele morava nos apartamentos Oxford.

L.P.A.

Em junho de 1990, Jeffrey Dahmer conheceu um menor de idade. Seu nome não foi divulgado, mas suas iniciais eram L.P.A., um hispânico de 16 anos de idade que esperava por uma mesa em um bar. L. era um pequeno traficante de drogas. Dahmer abordou o rapaz e lhe ofereceu 200 dólares para que L. topasse posar nu. L, aceitou a oferta e seguiu Jeffrey até o apartamento.
A frente dos Apartamentos Oxford.
Jeffrey pegou sua câmera e começou a tirar fotos de L. Pediu para que ele fizesse várias poses. Em determinado momento, Jeffrey ligou a TV e colocou vários vídeos pornográficos gays para rodar. Ele pediu para que o adolescente tirasse a roupa, pois queria fotografá-lo nu. Constrangido, L. obedeceu. De uma hora pra outra, o comportamento de Jeffrey Dahmer mudou. De gentil, ele passou a entrar em uma espécie de transe, murmurando algo estranho. L. ficou com muito medo. Jeffrey amarrou o garoto. Quando L. ameaçou gritar, Jeffrey amordaçou-o com um pano. L. ficou impossibilitado de se mexer e de gritar. Jeffrey Dahmer não tinha comprimidos disponíveis no momento. L. viu quando Jeffrey voltou com um martelo na mão. Jeffrey deu uma martelada no pescoço do rapaz. Depois de três horas, Dahmer soltou L. e disse que se ele contasse algo a alguém, mataria sua família.

L. saiu do apartamento desesperado e correu pela rua em pânico. Ainda não se sabe, mas L. voltou para o apartamento e pediu para Dahmer um dinheiro para o taxi. Dahmer tentou estrangular o menino, mas depois se acalmou de repente e ambos foram até o quarto. Jeffrey chamou um taxi para L. e ele foi para sua casa. Apesar de ser um traficante e contrariando as exigências de seu agressor, L. foi até uma delegacia de polícia, mas, não se sabe por que, sua denuncia não foi levada adiante.

Será que o fato de Jeffrey ter deixado mais uma vítima escapar era uma forma de se entregar a policia? John Douglas, profiler do FBI conhecido como Mindhunter, acredita que não:
“Isso não era um grito de socorro. Não era o desejo de ser pego. Eles se divertem, eles têm orgulho de suas ações, eles não se arrependem...”

Edward W. Smith. 

Jeffrey conheceu outro homem no Club 219, Edward W. Smith, um homem negro de 27 anos de idade em 14 de junho de 1990 e o atraiu para esticar a noite em seu apartamento. Edward aceitou o convite. Ambos seguiram para o Apartamento Oxford, onde Edward fez sexo oral em Jeffrey. Dahmer seguiu o mesmo procedimento: Dopou o rapaz com pílulas na bebida, o estrangulou e desmembrou s eu cadáver.

Jeffrey saiu e foi até a loja Sears, onde comprou um freezer de chão de 5 metros quadrados com cadeado na tampa, além de um tambor de plástico azul para lixo com 57 litros de capacidade. Ele colocou ácido muriático no galão e dissolveu a carne de Edward. Em seguida, jogou o “lodo” resultante no vaso sanitário.


Após o assassinato de Edward Smith, Jeffrey Dahmer saiu para comprar um freezer e um galão de lixo. Os restos mortais de Smith foram dissolvidos em ácido e o lodo resultante foi jogado no vaso sanitário.

Ernest Miller.

Em setembro de 1990, Jeffrey Dahmer atraiu para sua casa Ernest Miller, 24 anos de idade. Jeffrey dopou sua vítima, mas não tinha tantos comprimidos assim. Então pensou como poderia mantê-lo ali. Enquanto a vítima estava grogue, prestes a acordar, Jeffrey Dahmer cortou sua garganta. Ernest Miller foi desmembrado, teve seu crânio pintado de cinza como um troféu.
Ernest Miller, assassinado e desmembrado em setembro de 1990. Sua cabeça foi guardada como troféu. Com o assassinato de Miller, Jeffrey iniciou seu ritual de canibalismo.
Dahmer iniciou um ritual bizarro. Um traço que se tornou marcante na série de crimes. Ele teve vontade de experimentar carne humana. Dahmer tentou provar a carne do coração, mas não conseguiu. Ele saiu e comprou um amaciante de carne. Dahmer fritou e comeu carne do coração e dos bíceps. Para ele, aquilo tinha sabor de bife. Jeffrey sentiu prazer sexual com o ato. Agora, era como se Ernest vivesse através dele. Como se o jovem estivesse eternizado nele. Jeffrey guardou partes do corpo no congelador para consumo. Descartou as partes indesejáveis no ácido e branqueou o esqueleto, guardando-o em um armário.

David Thomas.

No dia 24 do mesmo mês, Jeffrey Dahmer encontrou aquele que seria sua 9ª vítima: David Thomas, 23 anos de idade. Ao chegar ao apartamento, Dahmer perdeu o interesse em David. Como já havia o dopado, ele o matou. Fez assim, segundo ele, para que o rapaz não acordasse e se zangasse. O cadáver de David foi desmembrado e descartado. Jeffrey Dahmer tirou diversas fotografias enquanto desmembrava o rapaz.


David Thomas, 23 anos de idade, tornou-se a 9ª vitima de Jeffrey Dahmer.

Em 24 de dezembro de 1990, Jeffrey Dahmer foi até a casa de sua avó, onde passaria o natal na companhia de Catherine, Lionel e Shari. Lionel parecia orgulhoso com o filho, pois aparentemente Jeffrey andava nos trilhos. Jeffrey estava bem vestido e risonho. Já haviam 2 anos desde a última encrenca do filho e nenhuma denuncia havia sido feita contra Jeffrey.

Lionel afirma que irá visitar o filho e o pergunta se ele limpou seu apartamento. Lionel sempre fala em tom de brincadeira, o que soa como humor negro, mesmo não intencional. Dahmer respondia a tudo com muita naturalidade. No fim, uma bizarra observação sobre os hábitos alimentares do filho. Jeffrey Dahmer diz que sua dieta é, basicamente, hambúrgueres do McDonald’s. Lionel diz: “Qual é, Jeffrey? Comida do McDonald’s? Todos sabemos qual é sua dieta..."

Curtis Straughter.

Jeffrey ficaria 5 meses sem matar. Em 18 de fevereiro de 1991, Jeffrey conheceu Curtis Straughter, um homossexual negro de 19 anos de idade. Curtis aceitou o convite de Jeffrey para ir até o apartamento. Lá, Curtis quis fazer sexo anal como companheiro ativo, o que Jeffrey não gostou. Jeffrey dopou algemou o rapaz em sua cama. Era primeira vez ele usava algemas em alguém. Curtis caiu sobre a mesa preta com dois grifos, já citada anteriormente. Aquilo parecia um sinal. Uma mensagem sobre a obsessão de Jeffrey pelo controle total de uma pessoa. Jeffrey Dahmer estrangulou o rapaz, desmembrou s eu corpo, e guardou se crânio como troféu.
Curtis Straughter, jovem negro e homossexual que desapareceu sem deixar rastros. Sua família chegou a ir a programas de televisão clamando por sua volta.
Dahmer tinha a obsessão pelo controle total de uma pessoa e o assassinato não era a finalidade dos seus crimes. Na verdade, matar não satisfazia Dahmer. Não era bom. Era só um meio para um fim. Jeffrey tentou de todas as maneiras ter um parceiro totalmente submisso, mas nunca obteve sucesso. Ele só conseguia exercer o poder sobre alguém que estivesse morto. Sobre um cadáver. No entanto, cadáveres se deterioram e Jeffrey logo precisava descartá-los. Assim, ele sempre estava à procura de vítimas.

Numa das suas idas à biblioteca, Jeffrey se deparou com uma revista sobre taxidermia. Nela havia uma matéria sobre câmaras de congelamento de animais e um anuncio de um fornecedor de tais câmaras. Pessoas usavam o congelamento para preservar os corpos de seus animais de estimação. Havia câmaras grandes, que serviriam para preservar humanos. Jeffrey pensou que, se tivesse uma daquelas câmaras, poderia conservar um cadáver, fazendo uso dele quando quisesse. Assim, a matança seria brecada. No entanto, a câmara de congelamento era muito cara, cerca de 30 mil dólares, tornando o congelamento impossível.

Assim, Jeffrey pensou em outra maneira de obter o parceiro submisso: Criar um ‘zumbi’. Alguém vivo, porém sem vontades, sem desejos, sem opiniões. Alguém que pudesse obedecer todas as suas ordens e desejos. A criação de um “zumbi” proporcionaria à Dahmer a oportunidade de ter um parceiro submisso sem ter que matar novamente. Algo que não gostava de fazer, mas que precisava fazer.

Errol Lindsey.

Em abril de 1991, Jeffrey Dahmer atraiu Errol Lindsey, 19 anos de idade. Dahmer dopou o rapaz, perfurou a parte de trás de sua cabeça com uma furadeira e depois injetou ácido muriático. Errol acordou. Estava grogue, mas conseguiu recobrar os sentidos. Dahmer lhe deu mais umas doses de bebidas com pílulas para dormir e então o estrangulou. Dahmer obviamente falhou em seu plano de conseguiu um “morto-vivo submisso”. O cadáver de Errol Lindsey foi mantido por dias para que Dahmer fizesse sexo com ele na hora que bem entendesse. Como não conseguiu transformar Errol em seu zumbi sexual, Dahmer resolveu ficar com o cadáver.


Errol Lindsey, 19 anos de idade. Foi dopado e teve sua cabeça perfurada.

Tony Hughes. 

No dia 24 de maio de 1991, Dahmer foi até o Club 219, onde trocou bilhetes de paquera com o surdo-mudo Tony Hughes, 32 anos de idade. Tony aceitou a proposta de Dahmer para ir até seu apartamento e assistir vídeos. Tony Hughes seria o segundo rapaz em que Dahmer faria o experimento. Aliás, Tony não foi estrangulado por Dahmer, mas morreu em conseqüência do tal “experimento” macabro de Dahmer.

Dahmer dopou Tony, perfurou a parte de trás de sua cabeça e injetou ácido. Tony Hughes morreu logo depois. A intenção de Jeffrey era manter o rapaz vivo para satisfazer seu desejos sexual e, com certeza, ele ficou decepcionado.

O surdo-mudo Tony Hughs, 32 anos de idade, assassinato por Jeffrey Dahmer
Konerak Sinthasomphone.

Três dias depois, Jeffrey Dahmer andava por um shopping quando avistou o laonino Dee Konerak Sinthasomphone. Por uma terrível coincidência, Konerak era irmão do menino que Jeffrey havia abusado anos antes. Dahmer se sentiu atraído pelo menino e se aproximou oferecendo 50 dólares para que o menino posasse para algumas fotos. Os dois chegaram ao apartamento por volta das 17:00 horas. Dahmer dopou o menino e tirou algumas fotos dele. Jeffrey Dahmer havia deixado o cadáver de Tony Hughs no banheiro e, acredita-se que Konerak tenha visto, mas como estava dopado, não se reagiu a isso. Dahmer então beijou o menino, e foi assistir vídeos pornográficos. Adormeceu e quando acordou, viu que sua vítima ainda estava dormindo. Jeffrey decidiu sair para beber em alguns bares próximos dali. Ao voltar, ele viu um menino nu próximo a duas meninas negras. Ao se aproximar, Jeffrey reparou que se tratava de Konerak.

Dee Konerak Sinthasomphone, adolescente laonino qua caiu na armadilha de Jeffrey Dahmer. por uma terrível coincidência, Konerak era irmão mais novo de Saravane, adolescente molestado três anos antes por Jeffrey Dahmer. No entanto, Dee Konerak não teria a mesma sorte que o irmão.
As duas moças, Sandra Smith Cleveland e Nicole Childress, ambas de 18 anos, estavam sentadas na Avenida 25th State, na Avenues West e conversavam quando repararam o garoto caminhando na direção delas. Uma delas, Nicole, telefonou para o 911:

911: Emergência de Milwaukee. Operador 71.
Nicole: Oi, eu estou na 25th State, e tem um garoto. Ele está pelado . Foi espancado. Está muito machucado. Ele não consegue ficar em pé. Está completamente nu. Não está com nenhuma roupa. Ele está realmente machucado. Eu não tenho nenhum casaco. Eu apenas o vi. Ele precisa de ajuda.
911: Onde ele está?
Nicole: 25th State. A esquina da 25th State.

O telefonista acionou os paramédicos imediatamente e o Departamento de Polícia de Milwaukee, para verificar a denuncia de que um garoto estava machucado e nu na 25th State. O Departamento de Polícia imediatamente contatou policiais que faziam ronda próximo ao local para averiguarem a denuncia. Os policiais mais próximos eram John Balcerzak e Joseph Gabrish, que atenderam ao chamado. Antes deles chegarem, Jeffrey chegou ao local e disse que o rapaz era seu namorado. Sandra e Nicole se recusaram a deixá-lo ir e começaram a discutir com Dahmer. John Balcerzak e Joseph Gabrish chegaram em seguida e verificaram a situação. Konerak estava nu, com um sangramento anal, ferido e totalmente desorientado. Não conseguia articular as palavras. Os paramédicos já haviam chegado e cobriram o menino com um cobertor.


Os policiais John Balcerzak e Joseph Gabrish estavam próximos de onde o menino asiático estava.


Os dois policiais interromperam a discussão entre Dahmer e as meninas e tentaram ouvir o menino asiático, mas o garoto não dizia coisa com coisa. Eles então decidiram ouvir Dahmer e caíram na lábia dele. Segundo Jeffrey, o garoto asiático era seu namorado, Chan Ramon, e tinha 20 anos de idade. Ambos tiveram uma briga, mas tudo havia se resolvido. Jeffrey deu sua identidade à polícia. Os policiais não viram nada de errado com Jeffrey Dahmer. Se tivessem verificado sua ficha criminal, teriam percebido que aquele homem calmo, inteligente e articulado já havia tido problemas com menores de idade anteriormente, ainda por cima, com o irmão daquele jovem. As garotas ficaram informadas, pois haviam visto o menino ficar horrorizado à presença de Jeffrey Dahmer. Pensando tratar-se de uma briga de casal homossexual, John e Joseph acompanharam Jeffrey e Konerak até o apartamento Oxford.

Jeffrey Dahmer ainda comentou sobre como se sentia bem por a polícia e star ali, pois a criminalidade estava intensa naquelas imediações. Os policiais acompanharam Jeffrey até a entrada do apartamento. Tudo parecia em ordem, exceto pelo cheiro de carniça. Dahmer alegou que seu encanamento estava quebrado. As roupas de Konerak estavam dobradas sobre o sofá e, para sanar quaisquer dúvidas, Jeffrey mostrou aos policiais duas fotografias de Konerak só de cueca. O rapaz asiático permaneceu sentado no sofá em silêncio. Ainda estava completamente grogue, sob efeito das drogas para dormir.

Jeffrey se desculpou pelo transtorno causado por “seu namorado maior de idade” e prometeu que isso nunca mais aconteceria novamente. John e Joseph não tinham motivos para duvidar do que Dahmer dizia e foram embora. Além disso, eles tinham ocorrências mais importantes do que resolver desentendimentos entre namorados.

Glenda Cleveland.

Os dois policiais foram até a viatura, onde, por rádio, deram retorno da ocorrência para a central. A comunicação foi feita em forma de deboche, com piadinhas preconceituosas:
 “O rapazinho nu intoxicado (risada ao fundo da chamada) foi devolvido para o seu namorado sóbrio (mais risos ao fundo) e nós somos 10-8.”

Sandra e Nicole ficaram frustradas com a incompetência dos dois policiais. Ao chegar em casa, Sandra contou o ocorrido para a mãe. Glenda Cleveland, 36 anos de idade. Gelnda ficou preocupada com a história e decidiu ligar para a polícia. Ela insistiu até que conseguiu falar com um dos policiais:

Cleveland: "Yeah, uh, o que aconteceu? Quero dizer a minha filha e minha sobrinha testemunharam o que estava acontecendo. Nada foi feito sobre a situação? Você precisa de nomes ou de informações ou qualquer coisa deles? "
Policial: Não, não preciso"
Cleveland: "Você não?"
Policial: "Não.. Era o namorado embriagado de um rapaz ".
Cleveland: "Bem, quantos anos tem esta criança?"
Policial: "Não era uma criança. Era um adulto."
Cleveland: "Tem certeza?"
Policial: "Sim".
Cleveland: "Tem certeza? Porque essa criança nem sequer falava Inglês. A minha filha tinha, sabe, teve contato ele antes, ao vê-lo na rua. Você sabe, cambaleando".
Policial: Senhora. Senhora. Eu não posso ser mais claro. Está tudo resolvido. Ele está com o namorado, no apartamento de namorado, onde estavam os pertences dele também. "
Cleveland: "Mas e se ele for uma criança? Tem certeza que ele é um adulto?"
Policial: "Senhora, como eu expliquei a você, está tudo resolvido. Tão claro quanto posso ser. Eu não posso fazer nada sobre a preferência sexual de alguém na vida."
Cleveland: "Bem, não, eu não estou dizendo nada sobre isso, mas parece ter sido uma criança. Esta é a minha preocupação."
Policial: "Não. Não. Ele não é."
Cleveland: "Ele não é uma criança?
Policial: "Não, ele não é. OK? E é uma coisa entre namorados. E ele tinha pertences na casa onde ele veio. Ele tem muito boas fotos de si mesmo e de seu namorado e assim por diante. "
Cleveland: "OK, eu estou apenas, você sabe. Ele parecia ser uma criança. Essa foi a minha preocupação."
Policial: "Eu entendo. Não, ele não é. Não".
Cleveland: "Oh, OK. Obrigado. Adeus ".


Glenda Cleveland se preocupou com a história das duas garotas, que pareciam convincentes.
Glenda Cleveland se acalmou após conversar com o policial. No entanto, dois dias depois, uma notícia no jornal chamou-lhe a atenção: Um adolescente asiático de 14 anos havia desaparecido. A família de Konerak Sinthasomphone estava desesperada à sua procura. Glenda imediatamente lembrou-se da descrição dada por sua filha. Imediatamente, ligou para a polícia, mas foi ignorada. Ela tentou contato com o FBI, mas também não obteve sucesso. O caso Konerak Sinthasomphone ficou por isso mesmo e o garoto nunca mais foi visto.

Konerak também passou pela experiência para ser transformado zumbi, recebendo duas injeções de ácido no cérebro, o que lhe causou a morte. Dahmer provavelmente tentou fazer uma lobotomia em Konerak. Após a morte do menino, Jeffrey esquartejou o corpo, ferveu a cabeça no fogão e dissolveu a carne em ácido. Pintou o crânio de Konerak de cinza e o colocou na estante, junto com outros que já estavam ali.

Matt Turner.

No dia 30 de junho de 1991, Jeffrey Dahmer encontrou Matt Turner em um ponto de ônibus enquanto ia para a Parada do Orgulho Gay, em Chicago. Ele ofereceu dinheiro para o rapaz e o levou para o apartamento, onde assistiram ao Exorcista III. Os dois tiveram relações sexuais por prazer e Jeffrey drogou e estrangulou o rapaz. Depois ele descarnou o cadáver e guardou seu esqueleto e a cabeça do rapaz no congelador. Depois descartou as partes que não lhe interessavam no lixo.


Matt Turner aceitou o convite de Jeffrey Dahmer. Acabou perdendo a vida.

Jeremiah Weinberger.

5 dias após o assassinato de Matt, Jeffrey conheceu Jeremiah Weinberger, um jovem de origem judaica de 23 anos em um bar de Chicago. Jeffrey atraiu Jeremiah para seu apartamento oferecendo dinheiro. Jeremiah fez sexo oral em Jeffrey, se beijaram e se masturbaram. Jeffrey colocou vídeos pornográficos para rodar e foi pegar uma bebida. Dahmer dopou Jeremiah com pílulas para dormir e o rapaz adormeceu. Jeffrey então realizou novamente seu experimento, mas dessa vez, ao invés de usar ácido, Jeffrey botou água para ferver. Furou a cabeça de Jeremiah com a furadeira e colocou água fervente no orifício. Jeremiah acordou e Jeffrey percebeu que ele não era um “Zumbi”, a vítima estava apenas grogue. Dahmer deu mais drogas à Jeremiah e injetou mais água fervente em sua cabeça. Jeremiah entrou em coma. Na manhã seguinte, Jeffrey tentou acordá-lo, mas Jeremiah não despertou. Ao voltar do trabalho, Jeffrey percebeu que a vítima estava morta. Jeffrey Dahmer desmembrou o corpo, guardou a cabeça dentro do freezer, ao lado da de Matt Turner.
Jeremiah Weinberg, jovem de descendência judaica que teve o crânio perfurado no experimento de Dahmer, na tentativa de transformá-lo em zumbi.
Dahmer reduziu os restos mortais de Jeremiah em ácido e descartou o líquido resultante no vaso. Esse ritual de dissolver os corpos de suas vítimas estava chamando a atenção dos vizinhos, pois um odor horrível de carniça exalava de seu apartamento e chamava a atenção dos vizinhos. O cheiro era tão forte, que atraía gatos.

A vizinha do lado, Pamela Bass, incomodada com aquele fedor terrível, pôs-se a farejar sua origem. O rastro do mau-odor a levou até a porta do apartamento 213. Ela bateu na porta e perguntou que mau-cheiro era aquele. Jeffrey arrumou uma desculpa rapidamente: Seu freezer estava quebrado e sua comida estava se deteriorando. Dahmer pediu desculpas pelo ocorrido e disse que iria concertar aquilo. O síndico do prédio também reclamou com Jeffrey, pois já havia recebido inúmeras denuncias do mau-cheiro.


Pamella Vernell, vizinha de Jeffrey Dahmer, ficou incomodada com o mau cheiro que tomava conta de todo o andar.
Outro fato perturbador sobre o apartamento de Jeffrey era o barulho de ferramenta que varava madrugada a dentro. O barulho incomodou Vernell, marido de Pamela. Um dia ele voltava do trabalho, às 6:00 da manhã, e ouviu o barulho. De repente, o som parou e Vernell ouviu Jeffrey gritar e xingar com alguém dentro do apartamento. Pamela acreditou que Jeffrey estava construindo ou consertando alguma coisa, talvez um armário ou uma estante.

Interior do apartamento de Jeffrey Dahmer. Tudo em seu lugar, o único fator estranho era um cheiro insuportável que dele exalava.
Oliver Lacy.

No dia 12 de julho de 1991, Oliver Lacy, 23 anos de idade, conheceu Jeffrey Dahmer e aceitou o convite dele. Oliver era um rapaz negro atlético, o que atraiu Jeffrey. Os dois fizeram “sexo por amor” e assistiram vídeos. Jeffrey Dahmer então dopou Oliver Lacy com pílulas na bebida, o despiu e tirou fotos de seu corpo. Após isso, Jeffrey o estrangulou, fez sexo com o cadáver, descarnou seu corpo e guardou sua cabeça e seu coração na geladeira (provavelmente, para ingeri-lo mais tarde). Ele obteve sua satisfação completa com o ato.


Jeffrey Dahmer se sentiu atraído pelo belo físico de Oliver Lacy, 23 anos de idade.

Joseph Bradehoft.

No dia 15 de julho, três dias depois do assassinato de Oliver Lacy, Jeffrey recebeu uma ligação da fábrica Ambrosia. Era o aviso de sua demissão. Ele já havia faltado diversas vezes, o que começou a irritar seu chefe. Ele sempre ligava e dava algumas desculpas, mas tudo tinha limite, obviamente. Mas parece que isso não incomodou muito Jeffrey. Ele estava mais preocupado em atrair mais vítimas para seu apartamento. 4 dias se passariam. Jeffrey Dahmer caminhava próximo à universidade de Marquette, em 19 e julho de 1991, quando viu o jovem Joseph Bradehoft, 25 anos, em um ponto de ônibus, na Avenida Wisconsin. Jeffrey seguiu o mesmo método: Ofereceu dinheiro ao rapaz, que topou ir com ele até se apartamento.  Eles foram até o apartamento de Jeffrey, onde Dahmer lhe deu bebida com pílulas para dormir. Depois que Joseph perdeu a consciência, Jeffrey o estrangulou com a cinta. Desmembrou o cadáver, colocou sua cabeça no congelador e dissolveu os restos mortais em ácido.

No início da manhã, por volta das 6:00, Vernell chegava em casa, foi quando ouviu o barulho de ferramenta elétrica e Jeffrey xingando alguém. Era Jeffrey “trabalhando” em sua 17ª vítima.
 “Eu me perguntava o que diabos ele estaria construindo lá. Minha mulher pensou que ele estava construindo estantes para armários. Então de repente, quando o barulho cessou, eu escutei ele gritando: Desgraçado, eu te disse, porra! Me pareceu estranho porque não escutei ninguém responder ou falar.”
Joseph Bradhoft, 25 anos, foi convidado por Jeffrey enquanto estava em um ponto de ônibus cheio de sacolas nas mãos. Acabou se tornando a 17ª vítima do serial killer.

A.

No dia seguinte à morte de Joseph, Jeffrey voltou ao Club 219, à procura de mais uma vítima. Cerca de 20 minutos antes da boate fechar, Jeffrey viu um rapaz negro dançando sob as luzes brancas do local. O rapaz chamado apenas de A. (Ele não deu seu nome completo com medo de sofrer represálias por sua bissexualidade) parou de dançar e percebeu que Dahmer estava olhando para ele. Jeffrey estava bêbado, mas tinha uma boa aparência com seus cabelos bem penteados e sua barba aparada. Dahmer se apresentou como um eletricista de Chicago e disse estar cansado de ficar sozinho. A. disse que não tinha interesse, resistindo aos avanços de Dahmer por duas vezes. Jeffrey persistiu, oferecendo ao rapaz 100 dólares para apenas uma conversa, nada de sexo. Jeffrey implorou dizendo: “Você é o cara mais legal que eu conheci em Milwaukee”. Finalmente, A. concordou com um encontro atrás do estacionamento do apartamento Oxford, às 3:00 horas. A. chegou e encontrou Jeffrey fumando e bebendo cervejas. Dahmer disse: “Estou tão feliz que você veio” e completou: “A maioria das pessoas não vêm”.
Os dois subiram as escadas até o apartamento 213. O lugar era limpo e arrumado, com um sofá e uma lâmpada de lava na sala de estar. Havia um freezer na cozinha, sobre a pia uma garrafa de desinfetante de Pine Sol. A. tinha um bigode bem aparado, o que o dava um ar de latino. Jeffrey disse que tinha guardada consigo uma foto de um porto-riquenho nu e bem dotado, mas que ele não estava pronto para lhe mostrar naquele momento. Os dois conversaram durante cerca de uma hora sobre as mágoas da vida: A doença da avó de Dahmer e a morte da mãe de A.. Instantes depois, A. levantou-se demonstrando a intenção de ir embora. Jeffrey levantou subitamente em pânico e foi até o quarto resmungando que iria pegar mais dinheiro. Muito desconfiado, A. olhou sobre o ombro de Dahmer, que acendeu a luz. A. viu uma faca de cabo de plástico azul sobre a cama e uma mancha de sangue no colchão. Ele sabia que algo estava errado, mas conseguiu manter a calma. Como ele próprio disse mais tarde: “ Eu me aproximei dele e coloquei meu braço em volta dele e disse: ‘Agora me mostra a foto do porto-riquenho’. Era esse tipo de situação em que um movimento pode custar-lhe a vida”.
Os dois voltaram até a sala, onde A. ficou por mais um tempo. Dahmer pediu para que ele tirasse a roupa e deitasse no sofá, para que ele pudesse deitar sobre seu corpo. Jeffrey esfregou-se em A. e murmurou que sua pele era “como manteiga”. A. tentou se levantar, mas Dahmer apertou seu braço com muita força. “Ele não era mais a pessoa educada que eu havia conhecido”, lembra o jovem.
A. gritou, bateu na porta e pisou no pé descalço de Dahmer, conseguindo se soltar. Ele olhou para trás e teve o último vislumbre do serial killer derrotado, de braços cruzados e rosto abatido. Ele só voltaria a ver Jeffrey Dahmer dias depois, nas fotos de jornais. “Só porque você vai à casa de alguém e confia nele, não significa que você merece perder sua vida. Ele surgiu como um amigo, um cara legal. Você podia ouvir o cara clamando por ajuda, o que foi minha fraqueza.” Disse A.

A próxima vítima de Jeffrey Dahmer significou o fim da linha para ele. No próximo post, veremos a prisão e julgamento de Jeffrey Dahmer, um dos piores assassinos em série da história.


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